O conhecimento adquirido pela arte não nos dá o conhecimento objetivo de uma coisa qualquer, mas o de um modo particular de compreendê-la, um modo que traduz a sensibilidade do artista. Trata-se, portanto, de um conhecimento produzido pelo sujeito e pela subjetividade.
Lembrei do fato vivido e comentado no grupo de estudo semana passada, sobre um livro A Nau Decapitada, do historiador capixaba Luiz Guilherme dos Santos Neves que ilustrou bem a questão da subjetividade... como esse poema de Gregório de Matos no qual faz referencia á imagem que havia sido quebrada por holandeses quando invadiram o nordeste do Brasil.
"O todo sem a parte não é todo;
A parte sem o todo não é parte;
Mas se a parte o faz todo, sendo parte,
Não se diga que é parte, sendo o todo.
Em todo sacramento está Deus todo,
E todo assiste inteiro em qualquer parte,
E feito em partes todo em toda a parte
Em qualquer parte sempre fica todo.
O braço de Jesus não seja parte,
Pois que feito Jesus em partes todo,
Assiste cada parte em sua parte.
Não se sabendo parte deste todo,
Um braço que lhe acharam, sendo parte,
Nos diz as partes todas deste todo."